Uma Estrutura para Liderança Resiliente e Competitiva

Em um mercado global caracterizado por mudanças rápidas e complexas, a sinergia entre inovação transformacional e excelência operacional surge como um diferencial crítico para organizações que desejam não apenas sobreviver, mas liderar.

Executivos e conselheiros enfrentam o desafio de equilibrar ambição de transformação com a precisão e a produtividade operacional.

Este artigo explora como alinhar essas duas forças, tomando como referência os estudos de Peter Koen e Ananya Sheth publicados na Harvard Business Review sobre inovação transformacional e as práticas operacionais defendidas por Erik Schaefer e Richard Sellschop na McKinsey, destacando caminhos para uma liderança resiliente e competitiva.

A Sinergia como Alavanca Estratégica

Estabelecer uma organização ambidestra — capaz de explorar novas oportunidades enquanto aprimora suas operações centrais — é fundamental para capturar o potencial de inovações disruptivas.

Koen e Sheth defendem que a criação de unidades de inovação independentes do núcleo operacional permite que projetos transformacionais evoluam sem as pressões de curto prazo típicas das operações diárias. Exemplos como o Oral-B iO da P&G e os serviços de assinatura da Adobe ilustram como a autonomia e foco exclusivo em inovação podem impulsionar o crescimento e abrir novos mercados.

Por outro lado, Schaefer e Sellschop argumentam que a excelência operacional sustenta essas inovações a longo prazo. Práticas de disciplina, automação e melhoria contínua são essenciais para evitar o “desgaste operacional” e garantir que a organização possa escalar inovações sem comprometer a eficiência.

Integrar a inteligência artificial e a análise de dados nas operações diárias, como sugerem os autores, fortalece a capacidade de adaptação e liberta recursos para inovação, consolidando uma base para o crescimento sustentável.

Produtividade e Inovação: O Equilíbrio entre o Novo e o Existente

A priorização exclusiva da inovação pode resultar em uma perda de foco operacional, onde práticas essenciais de excelência são deixadas de lado. A separação estratégica entre unidades de inovação e o núcleo operacional, conforme sugerido por Koen e Sheth, reduz essa tensão.

Esta abordagem permite à equipe de inovação buscar oportunidades transformacionais, enquanto o núcleo mantém o foco em resultados consistentes, promovendo uma coordenação harmoniosa e troca de aprendizados valiosos entre as áreas.

Complementarmente, Schaefer e Sellschop defendem que o fortalecimento de processos e o uso de tecnologias de automação, além de reduzir o tempo e o custo das operações de rotina, permitem que a organização invista em inovação de forma robusta. A sinergia entre inovação e excelência é facilitada por processos que otimizam a operação central, criando margem para a experimentação e o risco calculado em novas frentes, consolidando assim uma base forte para que a inovação prospere.

Liderança como Curadora da Sinergia

A criação de uma cultura organizacional que valorize tanto a inovação quanto a eficiência é, antes de tudo, um desafio de liderança. Koen e Sheth destacam que é preciso uma governança clara e transparente na alocação de recursos, garantindo que os investimentos em inovação estejam sempre alinhados com a missão organizacional. Executivos e conselheiros atuam aqui como “curadores estratégicos,” direcionando esforços para garantir que as iniciativas de inovação e de operação se complementem e se fortaleçam mutuamente.

Schaefer e Sellschop sugerem que o compromisso com a excelência operacional deve ser contínuo, apoiado por uma cultura de melhoria que envolve toda a equipe. A adoção de novas tecnologias e metodologias operacionais deve ocorrer com foco nos objetivos de longo prazo, criando um ambiente onde cada colaborador se sinta parte integrante dos esforços de produtividade e inovação.

Conclusão: Caminhos para uma Liderança Resiliente e Competitiva

Para conselheiros e executivos, construir uma organização que harmonize inovação e excelência operacional é mais que uma estratégia; é uma responsabilidade. A sinergia entre ambição transformacional e precisão operacional define o caráter de uma empresa que busca liderar o futuro, e não apenas reagir a ele. Com um modelo de liderança que promove a integração entre essas forças, a organização se torna uma referência em resiliência e competitividade.

Esse alinhamento estratégico gera não só uma vantagem no mercado, mas também um legado organizacional duradouro, capaz de evoluir com o tempo e de inspirar novos padrões de excelência. Em um cenário global de incertezas, essa abordagem se revela um caminho robusto e seguro para organizações que desejam moldar seu próprio futuro, definindo tendências e estabelecendo-se como líderes de inovação e eficiência.



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