IA Centrada no Ser Humano.

Uma Reflexão sobre o Futuro do Trabalho.

Ao longo dos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA), especialmente a IA generativa, tem se tornado um ponto central nas conversas, nos eventos empresariais e no mundo acadêmico.

Aqui traremos alguns pontos de reflexão sobre como poderíamos construir um conceito de “IA centrada no ser humano” e as possíveis implicações no interior das organizações e instituições atuais e no futuro não tão distante.

IA Centrada no Ser Humano: Mais do que Algoritmos

A IA centrada no ser humano não deve se limitar apenas a modelos de linguagem e dados. Ela pode e deve se estender aos arranjos sociais necessários para incorporar a IA no cotidiano de pessoas e instituições. Numa abordagem que deve visar, antes de tudo, aumentar e desenvolver as capacidades humanas, em vez de substituí-las.

O medo em torno da IA no local de trabalho, muitas vezes ligado à ameaça de perda de empregos, pode ser superado se predominar a ideia de que uma adoção local da IA pode aprimorar as habilidades das pessoas, em vez de substituí-las.

Mudanças nas Ocupações: Lições do Passado

Olhando para décadas atrás e refletindo sobre as mudanças nas ocupações ao longo do tempo, podemos traçar um paralelo, por exemplo, com a ascensão das tecnologias digitais na década de 1990.

As previsões catastróficas de perda de empregos naquela época não se concretizaram da maneira prevista, o que pode nos sugerir que as mudanças nas ocupações serão profundas, mas não serão necessariamente traduzidas em perda generalizada de empregos.

Superando a Resistência com Design Empático.

Se pensarmos que, se a adoção da IA generativa no local de trabalho, garantir a ênfase no aprimoramento das capacidades humanas e na criação de interfaces, empáticas e amigáveis, as naturais resistências a sua adoção podem ser superadas.

Essa abordagem, digamos, mais empática, que visa auxiliar as equipes a atingir melhor seus objetivos, pode ser a chave para superar o medo e o ceticismo e facilitar a sua adoção.

Identidade Profissional e Cultura Organizacional na Era da IA

Podemos expandir a reflexão para a identidade profissional, especialmente em campos criativos, onde os profissionais podem perceber algoritmos como complementos para a imaginação humana.

A importância da evolução da identidade profissional em face das mudanças provocadas pela IA podem ser desenvolvidas e aprimoradas, por exemplo, nos modos como os profissionais da moda ou das artes podem e conseguem integrar habilidades analíticas com sua paixão e seus processos criativos.

Desafios Éticos e a Necessidade de Equilíbrio

As questões éticas e de regulação, como a vigilância e a gestão algorítmica, devem ser debatidas, sublinhando a importância de equilibrar os benefícios da IA com considerações do campo da privacidade.

Do ponto de vista do desenvolvimento e da aprendizagem, pode ser preocupante a possibilidade de ocorrer uma espécie de depreciação da experiência humana e de falta de oportunidades para aprender com falhas, isto é um risco a ser considerado, por isso a importância de encontrar o mais rápido possível um equilíbrio entre a assistência da IA e o desenvolvimento contínuo de habilidades humanas, por meio de processos pedagógicos que considerem o modo como os indivíduos constroem conhecimentos e os aplicam.

O Caminho a Seguir: Uma Perspectiva Centrada no Ser Humano

A velocidade da implementação não deve comprometer o foco nas capacidades humanas e sua centralidade. A busca pela automação deve ser acompanhada por uma avaliação contínua e permanente sobre o impacto na identidade profissional das pessoas, nas carreiras, nas profissões e na cultura organizacional.

Construindo um Futuro Sustentável com a IA

O nosso tempo nos convoca para um diálogo, na construção de uma visão abrangente e reflexiva sobre a interseção entre IA e seres humanos.

Temos um enorme desafio de moldar um futuro aonde a IA não apenas automatize tarefas, mas sirva para aprimorar nossa experiência, preservar e desenvolver nossa identidade pessoal e profissional e cultive uma cultura organizacional que valorize a empatia, a curiosidade criativa e a inovação.

Logo, adotar uma abordagem centrada no ser humano não é apenas uma escolha ética, mas também uma estratégia para construir instituições e organizações mais sustentáveis e adaptáveis as transformações, que considere as singularidades e contextos.

À medida que avançamos nessa conversa, ainda inicial, sobre os sentidos que a IA podem adquirir em nosso tempo, o que temos por hora é a busca, num equilíbrio delicado e sensível entre automação e humanidade, esse debate será decisivo na modelagem do futuro do trabalho e das relações sociais e econômicas na totalidade.



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