A jornada da vida, com suas florescências únicas, não deve ser confinada por uma cronologia convencional que dita marcos específicos em idades pré-determinadas. 

Alguns estudos acadêmicos vêm nos chamando a repensar essas expectativas, destacando a crescente discrepância entre a percepção convencional da idade ideal para atingir certos marcos de realização e a diversidade de trajetórias de vida que a realidade moderna nos oferece. 

Um desses estudo, conduzido na Universidade de Stanford em 2018, envolvendo participantes com idades entre 25 e 94 anos, destacou entre seus resultados, a desconexão entre as expectativas convencionais e as realidades da vida moderna. 

As pressões para casar-se, comprar uma casa e iniciar uma família em torno dos 26 a 28 anos não mais se alinham com as complexidades econômicas e aspirações variadas das pessoas. O custo envolvido para os estudos universitários e a inflação são apenas alguns dos fatores que contribuem para desviar muitos jovens desses marcos tradicionais. 

A ênfase na cronologia convencional frequentemente resulta em sentimentos de inadequação e ansiedade, por não compreender a complexidade da vida, onde o sucesso não pode ser medido por uma lista de realizações em momentos específicos. A mentalidade de etarismo, que fixa metas em determinadas fases da vida, pode obscurecer as jornadas únicas de crescimento e realização. 

Portanto, a noção de “florações tardias”, título do artigo desta semana, surge como um modo de lidar diferente, e pode ser uma saída para o enfrentamento dessa pressão etarista. Ela se baseia na ideia de que o desenvolvimento pessoal pode acontecer em diferentes fases da vida para pessoas distintas.

Compreende que na modernidade, repleta de inovações médicas, tecnológicas e sociais, oferece oportunidades para explorar novos caminhos além das limitações temporais tradicionais. Logo, a diversidade na jornada da vida não é uma exceção, mas uma regra. 

Desse ponto de vista, libertar-se da ideia de uma única linha do tempo “certa” para todos, numa concepção “standard” empobrecedora enquanto negação de possibilidades e projetos de vida mais singulares e autorais, passa a ser uma necessidade.

Posto de outra forma, a vida pode ser vista como uma tapeçaria de oportunidades, desafios e transformações únicas. Ao invés de nos compararmos constantemente e nos moldarmos às expectativas convencionais, devemos considerar nossas próprias jornadas com compaixão e mente aberta. 

Laura Carstensen, diretora do Stanford Center on Longevity, observa que as gerações mais jovens estão adiando marcos tradicionais. No entanto, não é preciso resumir esse processo ao início da idade adulta, mas aceitar que podemos espraiar esses marcos ao longo da vida, evitando longos períodos de estagnação no final. “As pessoas estão fazendo exatamente o que deveriam”, diz ela. 

Assim, em vez de lutar contra padrões predefinidos, podemos criar nossas jornadas únicas e por nestas, nossa assinatura pessoal.

A vida é possibilidade e abertura para experiências, aprendizados e crescimento, não devendo ser aprisionada por expectativas rígidas e anacrônicas. 

Compreender que podemos conceber nossas próprias linhas do tempo e encontrar significado em cada fase, celebrando conquistas, independentemente do momento em que ocorrem, permite criar as condições para podermos, em vários momentos de nossa existência, negar a pressão da cronologia convencional e florescer em nossos próprios termos. 


DICA DE FILME:

Filme: “A Fonte da Juventude” (The Age of Adaline) 

“A Fonte da Juventude” é um filme que aborda de maneira única o tema do envelhecimento. Estrelado por Blake Lively, o filme narra a história de Adaline Bowman, uma mulher que, após um acidente misterioso, para de envelhecer. A narrativa explora as consequências emocionais e sociais desse fenômeno, levantando questões sobre o valor do tempo, as relações intergeracionais e a percepção da juventude. É uma obra cinematográfica envolvente que provoca reflexões sobre o etarismo e os conceitos tradicionais associados ao envelhecimento. 


PLAYLIST – Florações Tardias by Sr. Marinho


DICA DE SÉRIE

Série: “Grace and Frankie” 

Gênero: Comédia, Drama 

Sinopse: A série acompanha a vida de duas mulheres, Grace (interpretada por Jane Fonda) e Frankie (interpretada por Lily Tomlin), cujas vidas são viradas de cabeça para baixo quando seus maridos revelam que são gays e planejam se casar um com o outro. Embora inicialmente opostas, as duas mulheres se apoiam mutuamente enquanto embarcam em uma jornada de autodescoberta e aceitação. A série aborda temas como amizade, amor, e, claro, os desafios e as alegrias que vêm com o envelhecimento. 

“Grace and Frankie” é elogiada pela sua abordagem sensível e bem-humorada em relação ao envelhecimento, explorando a vida pós-aposentadoria, relacionamentos familiares e a força da amizade. Além disso, as performances incríveis de Jane Fonda e Lily Tomlin contribuem para tornar a série uma experiência divertida e emocionalmente rica. 


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