
Há gente cansada que segue funcionando.
Não por excesso de tarefas, mas por falta de sentido.
Entregam, resolvem, respondem.
E ainda assim convivem com a sensação de que nunca é suficiente.
O problema começa quando o trabalho deixa de ocupar tempo e passa a definir limites.
Quando disponibilidade vira medida de valor.
Quando o ritmo acelera até dispensar a possibilidade de escolher.
Aos poucos, o trabalho vigia por dentro.
O descanso perde legitimidade.
Mesmo o acerto já vem acompanhado da próxima cobrança.
Uma relação mais saudável nasce quando o limite recupera dignidade.
Quando a presença não exige permanência contínua.
Quando o ritmo volta a ser decisão, não reflexo.
Talvez 2026 não traga novas fórmulas.
Talvez traga algo mais difícil: sustentar apenas o que ainda faz sentido.

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