Essa Tal Felicidade.

Texto

Texto originalmente escrito para o site As Novas Formas.

Dias atrás, deparei-me com a frase: “Felicidade não é patrimônio líquido”, e, no momento seguinte, lá estava eu, imerso em um labirinto de reflexões.

Num primeiro momento, refleti sobre a ideia de que a felicidade não é algo que se possa medir com bens materiais ou status social. Não é o que você tem, mas como você se sente, o que te coloca em condição de ter alguma margem de controle sobre sua própria satisfação.

“Então, eu controlo a minha felicidade?” – você e eu podemos nos perguntar.

Eventos externos acontecem, mas decidimos como reagir a eles. Podemos escolher enxergar o lado bom e construtivo, mesmo quando tudo parece dar errado. Trata-se de manter a esperança e o otimismo, mesmo quando a vida nos dá limões.

Acredito que repensar as prioridades também faz parte do jogo. A busca incessante por bens e reconhecimento social pode nos desviar do que realmente traz felicidade: relações significativas, paixões genuínas e um propósito na vida.

A escolha pela felicidade torna-se, assim, um princípio, uma referência que nos guia.

E nossa capacidade de superar os obstáculos da jornada? Escolher ser feliz pode ser um caminho cheio de curvas e buracos. A vida traz desafios, mas encarar as dificuldades com uma visão positiva e construtiva pode ser um escudo robusto, um aprendizado que fortalece.

A gratidão encaixa-se perfeitamente nessa reflexão sobre escolher a felicidade. Porque, de certa forma, envolve desenvolver a capacidade de focar nas coisas boas, nas realizações e nas pequenas conquistas, ampliando a sensação de contentamento e apreciação pela vida, independentemente das circunstâncias.

Equilíbrio, outra palavra-chave! A busca incessante e desmedida pode levar ao estresse e à insatisfação, por ser movida pela falta, não necessariamente pelo desejo.

Aqui entra o equilíbrio entre aspirações e bem-estar emocional. Buscar harmonia torna-se fundamental para sair do turbulento jogo dos apegos, dos olhares invejosos, comparativos e performáticos que pautam o comportamento de muitos de nós.

Mas, claro, dizer que a felicidade é uma escolha não anula as batalhas internas e externas de cada um, os momentos em que somos atingidos por um ciclo de eventos negativos e inesperados produzidos pelo mundo ao nosso redor.

Há muitos que enfrentam tempestades econômicas, emocionais, psicológicas e sociais, tornando o caminho para a felicidade aparentemente mais complicado.

Nesses momentos, podemos momentaneamente perder a capacidade de encontrar uma saída baseada na esperança, tombando numa sensação de que a vida está ficando sem saída. E, nesses momentos, buscar ajuda pode ser crucial, principalmente de pessoas que tenham uma abordagem construtiva.

Mas, em condições normais, a felicidade pode ser uma construção singular. Cada um pode desenvolver seu jeito de encontrar a plenitude emocional, construindo sua história de realização e contentamento à sua maneira.

Ao final, o que fica é uma consciência mais aguçada sobre o que é felicidade. A escolha consciente pela alegria torna-nos mais presentes em nossa existência, permitindo construir nosso próprio tesouro imaterial de contentamento e paz interior.

A jornada para desvendar a felicidade que nos habita revela sua essência enigmática e multifacetada. Tentar encaixotar a felicidade em uma definição única e universal é tão desafiador quanto tentar capturar o vento com as mãos.

Cada pessoa, em sua singularidade, concebe e experimenta a felicidade de forma distinta, pintando-a com tonalidades próprias, derivadas de seus anseios, valores e vivências.

A felicidade se torna um mosaico de significados, um reflexo da diversidade de sentidos e propósitos que tecemos em nossas jornadas e a partir de nossas diversas experiências de vida.

E talvez, na busca por defini-la, de modo próprio e autoral, morem as pistas que nos conduzem ao seu encontro, fazendo-nos perceber que, mais do que um estado ou um destino, a felicidade é um caminho, um tecer que orienta nossos passos em direção ao autoconhecimento e à descoberta dos sentidos em nossas vidas.


BÔNUS – PLAYLIST INSPIRADA NO TEMA DO ARTIGO.

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