Observação Crucial: Reconhecendo a Autocrítica

O primeiro passo no caminho para um autoconhecimento mais profundo é a atenção aos momentos em que nossa crítica interna se manifesta.

Quando aquela voz crítica se faz ouvir em sua mente, faça uma pausa e questione-se: Quem está falando? Essa voz se assemelha à sua própria voz interior ou parece ser a eco de influências, ou falas do passado?

Frequentemente, nossos críticos internos são moldados por experiências durante nossa fase de formação e pelas pessoas que conhecemos ao longo dos anos.

Essa busca incessante pela perfeição muitas vezes é enraizada em mensagens que absorvemos ao longo de nossas vidas, desde a infância até a carreira adulta.

Essas mensagens nos dizem que cometer erros nos torna indignos.  

Como resultado, nossa voz interna nos ameaça, envergonha e critica implacavelmente, tanto na vida quanto no trabalho. A ansiedade se torna o motor que nos impulsiona. 

No entanto, é essencial reconhecer que a ansiedade não é um motivador sustentável. O perfeccionismo, frequentemente impulsionado por essa ansiedade, pode levar à procrastinação e à exaustão.  

Quando o medo de falhar se torna avassalador, é provável que evitemos tarefas em vez de enfrentá-las. E mesmo quando as concluímos, muitas vezes não conseguimos enxergar nada positivo em nosso desempenho.  

Medimos nossa autoestima por padrões autoimpostos e, assim, o ciclo de ansiedade persiste. 

Então, como podemos superar essa crítica ansiosa que reside em nossa mente?

1. Reconhecer o Crítico Interno: O primeiro passo é observar quando esse crítico interno ataca. Devemos questionar quem está falando: é nossa própria voz ou uma voz do passado que internalizamos? Com frequência, nossos críticos internos são moldados por experiências anteriores. 

2. Abordar com Compaixão: Em vez de lutar contra a ansiedade ou confiar nela para nos motivar, devemos adotar uma abordagem de compaixão em relação a nós mesmos. Isso significa ser gentil consigo mesmo e compreender que a autocrítica não é a resposta. 

3. Praticar a Autocompaixão: Um exercício útil é praticar a autocompaixão. Sentar-se calmamente, colocar as mãos no peito e concentrar-se na respiração pode ajudar. Devemos lembrar algo que fizemos bem recentemente e reconhecer nosso próprio sucesso, dizendo a nós mesmos que fizemos um bom trabalho. 

 Quando desistimos da busca incessante pela perfeição e aceitamos que não precisamos ser especiais o tempo todo, nossa vida se torna mais equilibrada.  

Compreender a origem dessas vozes críticas pode nos ajudar a desenvolver uma maior autocompreensão e a cultivar uma mentalidade mais compassiva.


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Estante ANF 

Aqui estão três leituras recomendadas sobre o tema de superar a autocrítica e cultivar a autocompaixão: 

“Self-Compassion: The Proven Power of Being Kind to Yourself” de Kristin Neff 

Neste livro, a psicóloga Kristin Neff explora o conceito de autocompaixão e oferece insights sobre como desenvolver essa habilidade crucial para lidar com a autocrítica e aumentar a resiliência emocional. Ela fornece exercícios práticos e exemplos para ajudar os leitores a aplicar a autocompaixão em suas vidas diárias. 

The Gifts of Imperfection: Let Go of Who You Think You’re Supposed to Be and Embrace Who You Are de Brené Brown 

Brené Brown é conhecida por seu trabalho sobre vulnerabilidade e autenticidade. Neste livro, ela explora como podemos abraçar nossas imperfeições e cultivar a compaixão por nós mesmos. Ela oferece insights profundos e histórias pessoais inspiradoras. 

Mindset: The New Psychology of Success“ de Carol S. Dweck 

Embora não seja estritamente sobre autocompaixão, este livro aborda a mentalidade (mindset) e como nossas crenças sobre nossas próprias habilidades e potencial podem afetar nossa autocrítica. Carol Dweck explora as diferenças entre uma mentalidade fixa e uma mentalidade de crescimento, oferecendo dicas sobre como cultivar uma mentalidade mais saudável em relação a nós mesmos. 

Essas leituras oferecem perspectivas valiosas e práticas para aqueles que desejam superar a autocrítica e desenvolver uma relação mais compassiva consigo mesmos. Cada um desses autores traz sua experiência única e pesquisas sólidas para ajudar os leitores a crescer emocionalmente e viver uma vida mais plena. 

Uma leitura relevante sobre o tema da autocompaixão com uma abordagem da psicologia humanista e existencial é: 

Man’s Search for Meaning” (O Homem em Busca de um Sentido) de Viktor E. Frankl 

Embora este livro seja mais amplamente conhecido por sua exploração das experiências de sobreviventes do Holocausto e sua ênfase na busca por um sentido na vida, ele também aborda questões relacionadas à autocrítica, autor responsabilidade e autocompaixão. Viktor Frankl, um psicólogo existencial, descreve como encontrar um propósito e sentido na vida pode ajudar as pessoas a superar desafios e dificuldades, incluindo a autocrítica. 

Frankl argumenta que, mesmo nas circunstâncias mais adversas, os seres humanos têm a capacidade de escolher sua atitude em relação às situações e encontrar significado em suas vidas. Ele compartilha insights sobre como enfrentar adversidades com resiliência e, implicitamente, como desenvolver uma relação mais compassiva consigo mesmo ao enfrentar as críticas internas. 

“Man’s Search for Meaning” oferece uma perspectiva humanista e existencial única sobre a resiliência e a busca por sentido, que pode ser aplicada à compreensão da autocompaixão e da autocrítica. É uma leitura profunda e inspiradora que toca em questões fundamentais da existência humana. 


Documenta ANF 

Recomendo o documentário: 

“The Mindfulness Movie” (O Filme da Mindfulness) 

Este documentário explora a prática da atenção plena (mindfulness) e como ela pode desempenhar um papel crucial na promoção da autocompaixão, na gestão do estresse e na superação da autocrítica. Ele apresenta entrevistas com especialistas em mindfulness, psicólogos e pessoas que compartilham suas experiências pessoais com a prática. 

“The Mindfulness Movie” aborda como a atenção plena pode auxiliar as pessoas a se tornarem mais conscientes de seus pensamentos autocríticos e a desenvolver uma relação mais compassiva consigo mesmas. Também explora como a prática da atenção plena pode ser incorporada à vida diária para promover o bem-estar emocional e mental. 

Este documentário é uma excelente escolha para quem deseja entender melhor como a atenção plena pode contribuir para a autocompaixão e a saúde mental de maneira geral. Ele oferece informações valiosas e histórias inspiradoras sobre o poder da prática da mindfulness. 


Cine Pipoca 

Recomendo o filme: 

Whiplash” (2014) 

Whiplash” é um drama intensamente cativante que explora os temas do perfeccionismo, da ambição desenfreada e dos impactos emocionais e psicológicos dessas características. O filme é centrado na relação entre um jovem baterista de jazz talentoso e seu exigente e tirânico instrutor de música. 

O filme ilustra de forma vívida como a busca pela perfeição pode levar a altos níveis de estresse, ansiedade e autocrítica. Ele examina como o desejo de alcançar padrões impossíveis pode levar a conflitos internos e externos, e como a pressão constante pode ter consequências sérias para a saúde mental. 

“Whiplash” oferece uma visão poderosa dos dilemas enfrentados por indivíduos perfeccionistas e como essa busca implacável pelo sucesso pode afetar suas vidas. É um filme emocionante que levanta questões importantes sobre o preço do perfeccionismo e os limites que alguns estão dispostos a ultrapassar em busca da excelência. 


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